CRENÇAS LIMITANTES E SEMENTES GERMINADAS

Há um ano estamos limitados às paredes das nossas casas. Em um primeiro momento, e durante três meses, ficamos isolados de tudo e todos: meu marido, minha filha, meu neto e eu. Evidentemente estávamos apavorados, mas não tenho perfil para me entregar a sentimentos negativos. Então, o que decidimos experimentar? O curso CIS online promovido pela Febracis sob a tutela de Paulo Vieira (@paulovcoach). De modo intensivo, entre os dias 10 e 14 de junho das 14h às 22h (e até mais) acompanhamos TUDO, e posso dizer que, realmente, nos entregamos ao processo. Foram muitas descobertas e excelentes aprendizados. Um deles a respeito do que eu desconhecia: crenças limitantes.

        De modo bem resumido, começamos a descobrir nas aulas que nossas ações da vida surgem e se consolidam a partir de três crenças principais. Quando penso “não sou bom o bastante”, minha fragilidade é a crença de identidade; quando a convicção é “não sou capaz de fazer isso”, o problema diz respeito à crença de capacidade; e quando estamos certos de que “não merecemos isso”, significa que nossa crença de merecimento está danificada.

                Só esse aprendizado já valeria as horas diante da televisão e o sono adiado para as madrugadas. Atire a primeira pedra quem nunca pensou, agiu e gerenciou sua vida baseado nessas crenças.

Boca de Leão

                Tive uma criação severa. Meus pais acreditavam que o estudo era o bem mais precioso da vida, e que, com ele, poderíamos construir uma vida melhor em todos os aspectos, inclusive o financeiro. Eles sempre acreditaram no potencial dos filhos. E essa atitude foi fundamental na minha vida. Entretanto, como também aprendemos com o Paulo Vieira, as crenças são resultantes não é o comportamento das outras pessoas que imprime essas crenças na gente, ele é importante, mas são as experiências que vivenciamos, os sentimentos que experimentamos e as memórias que criamos que acabam por definir nossos valores e nossas crenças.

                A partir daí, iniciei um processo gradual e muito lento de avaliação de minhas crenças. Um processo ininterrupto, às vezes mais doloroso, outras vezes menos. Entre essas crenças descobri uma que repetia incessantemente sempre que alguém expressava seu prazer em se dedicar a plantar e colher, o que quer que fosse. Lá vinha eu com a frase feita: “meu dedo é podre para plantas”.

                Não sei em que momento essa crença de instalou na minha vida. Fui criada com uma avó que plantava flores no quintal de nossa casa; e que amava o canteiro de boca-de-leão e o pé de hortelã, sempre usado quando se fazia canja de galinha em casa. E mesma cultivei couves quando descobri que – através delas – conseguiria criar borboletas. Então, jamais comi uma folha sequer de couve porque deixava tudo para as lagartas, que ao final do ciclo, viravam lindas borboletas.

                Não consegui identificar a raiz da minha crença limitante. Talvez a minha mãe, que eu jamais vi sequer molhar as plantas do jardim. Mas realmente a essa altura nem me importava em identificar a causa, mas superar essa crença. E, como tudo para o qual a gente se dispõe a viver na vida acaba chegando, apareceu a oportunidade de assistir a aulas de plantação de hortas com a Carol Costa (@minhasplantas). Aprendi muito e resolvi colocar a mão na terra… começando com uma sugestão bem simples que ela deu: fazer germinar dos grãos de milho de pipoca um capim para meu gato comer.  

                Fiz tudo direitinho. E maravilhei-me quando surgiram os grãos começaram a germinar. Um espetáculo poético ver surgir daqueles grãos tão duros a vida em forma de brotos.

                É preciso tão pouco para a gente ser feliz, né? Bastou acompanhar por três dias a vida rasgando aquela capa dura e impenetrável dos grãos de milho. Melhor ainda foi poder semear essa vida junto com meu neto, o Bernardo, em uma cerimônia tão sagrada e inesquecível para mim. E acho que para ele também. E, mesmo que ele não se transforme em um agricultor, provavelmente não vai reproduzir a crença limitante da avó.

                A quebra dessas crenças está apenas começando, mas sou profundamente agradecida a Carol Santos, da Universidade das Plantas, e ao Paulo Vieira, presidente da Febracis, que me fizeram ter consciência delas. Gostei da experiência. E, descobri também, que se a plantação não der certo, não vou me culpar, mas buscar descobrir como resolver o problema.

                E você, já pensou que crença limitante vai tentar superar?

Sobre Ynah de Souza Nascimento

Ajudo você a elevar sua auto-estima através do desenvolvimento da leitura direcionada e ferramentas poderosas. Mentora do Clube de LeiturAção, sua leitura sistêmica.
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